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União das Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho
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Alverca do Ribatejo
- Chafariz e Lavadouro de Á-dos-Melros
Chafariz e Lavadouro de Á-dos-Melros
DESIGNAÇÃO: CHAFARIZ E LAVADOURO DE Á-DOS MELROS
LOCALIZAÇÃO:
DISTRITO: Lisboa;
CONCELHO: Vila Franca de Xira; Alverca do Ribatejo;
Lugar de Á-dos Melros.
ACESSO: Junto à E.N. 106.
ENQUADRAMENTO: Encontra-se junto à E.N. 106, num lugar de difícil acesso, localizado numa curva.
DESCRIÇÃO: Chafariz com lavadouro e bebedouro para gado. O chafariz possuiria uma lápide com indicação de melhoramentos rurais. Haverá também uma entrada de mina, que parece não estar visível atualmente.
DESCRIÇÃO 2025: Lavadouro de grandes dimensões, fechado com painéis brancos e tijolo. A parede “original” está pintada de branco e as colunas são revestidas a tijolo. A encimar a porta, existe um placar com a seguinte descrição: “Lavadouros Públicos de Á-dos- Melros” com o brasão de armas de Alverca do Ribatejo e, ao lado, a inscrição: “Junta de Freguesia de Alverca do Ribatejo e Sobralinho”.
UTILIZAÇÃO INICIAL: Lavagem de roupa da população local e abastecimento de água à população.
UTILIZAÇÃO ATUAL: Em aparente abandono, sofreu modificações que o tornaram aparentemente inacessível ao público.
ESTADO DE CONSERVAÇÃO: Em mau estado de conservação.
ESTADO DE CONSERVAÇÃO 2025: Estado de conservação razoável. A estrutura aparenta não ser utilizada, a pintura está muito desgastada, e o tanque em cimento grafitado. A parede da fonte e as colunas de tijolo estão ambos sujos. O interior do lavadouro em si está muito degradado, com manchas negras e esverdeadas de micro colonizações biológicas. O exterior da estrutura presume-se recente, porém a sua envolvente geral está muito degradada. Há vegetação abundante no chão da envolvente, o que dificulta o acesso à entrada do lavadouro, já que não se visualiza a “ponte” de acesso à estrutura.
PROPRIEDADE: Pública Estatal.
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO: 1941
ARQUITETO/CONSTRUTOR/AUTOR: Mandada construir pela Direcção dos Serviços dos Melhoramentos Rurais.
TIPOLOGIA: Lavadouro e Chafariz .
MATERIAIS: Cimento e Tijolo.
BIBLIOGRAFIA: Biblioteca Municipal VFX, Vida Ribatejana, ano XXV, n.º1007, 4 Janeiro 1942, Vol.1941-1942.
DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA: Fotos cedidas pelos serviços do GGIRP da CMVFX.
DOCUMENTAÇÃO ADMINISTRATIVA: AH CMVFX, Caixa 12, Livro de Actas n. 4, Acta de Sessão de 12 de agosto de 1941, Vol. 1941 – 1942, fol. 37.
A H CMVFX, Caixa MA 002, Secção de Obras Municipais Estudos e Projectos, Alverca do Ribatejo – Construção de «Fonte em Á-dos Melros», 16 de outubro de 1939.
A H CMVFX, Caixa MA 002, Secção de Obras Municipais Estudos e Projectos, Alverca do Ribatejo – Construção de «Fonte em Á-dos Melros», Junta Autónoma de Estradas, 16 de agosto de 1940.
A H CMVFX, Caixa MA 002, Secção de Obras Municipais Estudos e Projectos, Alverca do Ribatejo – Construção de «Fonte em Á-dos Melros», Parecer.
A H CMVFX, Caixa 1, Relatório de Gerência 1952, p. 37.
INTERVENÇÃO REALIZADA: CMVFX/1941 – Construção de uma fonte em Á-dos Melros orçamentada em 8.120$00, que fazia uma falta muito grande à povoação, mandada construir pela Direcção dos Serviços dos Melhoramentos Rurais.8
8 A H CMVFX, Acta de Sessão de 12 de agosto de 1941, fol. 37.
9 A H CMVFX, Secção de Obras Municipais Estudos e Projectos, Alverca do Ribatejo – Construção de «Fonte em Á-dos Melros», Memória Descritiva, 1939.
Materiais.................................... Esc. 4.606$51
Mão de obra............................... 3.513$22
Custo total.................................. 8.119$73
Comparticipação do Estado a conceder – Esc. 3.513$00.
CMVFX/1952 – Construção da cobertura do Lavadouro de Á-dos Melros.
OBSERVAÇÕES: O lavadouro foi construído numa fase, mas a sua cobertura ocorreu numa fase posterior.
MEMÓRIA DESCRITIVA:
“O presente projecto trata da construção de uma fonte em «Á-dos Melros», freguesia de Alverca, concelho de Vila Franca de Xira.
Actualmente a fonte está elevada 1,70 m. Em relação ao nível do ramal da Estrada Nacional n.º74 de (sic), junto à povoação de Á-dos Melros.
A água corre de uma mina quasi à superficie de um pequeno bebedouro o qual fica raso com o terreno. Os animais metem frequentemente n’ele as patas, e também os habitantes do logar quando vão buscar água em bilhas e barris teem de os mergulhar na mesma água.
O recinto junto da fonte não tem pavimento e torna-se n’um lamaceiro imundo com a chuva e com as infiltrações de um cano de telha invertida que conduz a água do bebedouro para um tanque de lavar roupa também raso com o terreno.
O quadro não é carregado, é tudo o que se possa imaginar de menos prático e de mais falto de higiene e comodidade.
Projecta-se desaterrar deste recinto a área precisa para fazer uma fonte com bebedouro a um lado e lavadouro a outro, mas perfeitamente independentes.
O nível escolhido para as novas instalações foi o da estrada nacional e por duas pequenas lages de betão armado foi o acesso para as pessoas e os animais. O pavimento deve ser bem calçado.
As dimensões das instalações são reduzidas pois reduzidas são as necessidades e o numero dos moradores do logar, mas cuida-se de lhe dar um aspeto decente e simples. Como decoração a caiação a cimento branco apenas com quatro fachas verticais tijolo prensado à vista, com juntas refechadas a branco, uns cordões a vincar algumas linhas e o revestimento superior no mesmo tijolo dos pequenos muros de suporte de terras e de separação para a estrada.
Este revestimento defende os muros das infiltrações das chuvas e dá bom aspecto à obra tendo em consideração que a povoação se acha no monte sobranceiro à fonte.
As secções dos pequenos muros de suporte são fartas, porque o terreno é muito argiloso embora duro quando seco e misturado com rocha no local a escavar.
Como complemento da decoração serão colocadas as iniciais da Camara Municipal de Vila Franca de Xira no troço medio do muro de separação, recortadas no reboco hidraulico, com 0,15m. de altura, e vincadas em cimento corado de vermelho tijolo, com 0,015m. de largura de traço e 0,01m. de fundo.
Ainda será posta na parte média e alta da fonte em números idênticos às letras mas com 0,25m. de altura, 0,02m. de largura de traço e 0,015m. de fundo, a data de 1940 para que o Centenário da Restauração Nacional fique lembrado aos povos destes logares.”9
“Memória Justificativa
Na parte descritiva desta memória é traçado o quadro que justifica plenamente a necessidade desta pequena obra.
O orçamento, apesar de se ter procurado dar a maior modestia à satisfação das novas necessidades locais, importa em cinco mil trezentos e cincoenta escudos de mão-de-obra e quatro mil e novecentos de materiais num total de dez mil duzentos escudos (10.200$00).
Esta despeza é incompativel com as multiplas necessidades a que a Camara Municipal de Vila Franca de Xira tem de atender no orçamento de 1940 e por isso julgo indispensável recorrer à comparticipação do Estado para que se possam ir fazendo uma série de obras com decoro e higiene proprias dos fins a que se destinam.”10
“Primeiro – Que o projecto compreende propriamente uma Fonte para abastecimento da população, um bebedouro para gado e um lavadouro publico;
Segundo – Que estas trez designações da obra, são absolutamente independentes, e por isso sem perigo da mistura das respectivas aguas;”11
“A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, que muito se tem interessado pelo abastecimento de água nos pequenos aglomerados do concelho, (...) inaugurou, no passado domingo, no lugar de Á-dos-Melros, um bonito chafariz que tem anexos lavadouros e bebedouros para gados.
Muito antes da cerimónia começou a influir ao local muita gente, na sua maioria trabalhadores rurais e lindas moçoilas com seus trajes domingueiros.
Por volta das 15 horas, chegou o sr. José Van-Zeller Pereira Palha, presidente do Município, acompanhado dos srs. Major Delgado, administrador do concelho; Júlio Pelouro, chefe da secretaria da Câmara e dos vereadores srs. Manuel Teixeira, Abel Bôto e Isidoro Costa, que eram aguardados pelos srs. Virgílio Ferreira e José Lé Lopes, respectivamente vereador e representante da Junta de Freguesia de Alverca, e Rafael José Pinto Pessoa proprietário.
O sr. José Palha procedeu à inauguração, cortando a simbólica fita, lendo, em seguida, o sr. Rafael Pessoa, um breve discurso em que saudava e agradecia a comparência de todos os presentes, a que o sr. presidente da Câmara respondeu, agradecendo.
(...) O chafariz agora inaugurado era um melhoramento que se impunha e a sua realização encheu de contentamento a povoação de Á-dos-Melros.
Foi executado pela Câmara com a comparticipação do Ministério das Obras Públicas.
Para tanto muito se esforçou o digno vereador de Alverca, sr. Virgílio Ferreira, a quem apresentamos os nossos parabéns e saudações.”
“Para assinalar a construção da obra foi colocada uma lápide com as iniciais da Câmara (C.M.V.F.X.) e o ano da construção.
De harmonia com instruções superiores, deverá essa lápide ser substituída por outra em que figurem também as iniciais M.R. (Melhoramento Rurais), porquanto, tendo sido a obra executada em regime de comparticipação com o Estado, deverá êste facto ser devidamente assinado.”
AUTOR E DATA: Vanessa Amaral – 2004.
REVISÃO E ATUALIZAÇÃO 2025: Maria João Martinho, Catarina Simão e Daniel Bernardes.
10 A H CMVFX, Secção de Obras Municipais Estudos e Projectos, Alverca do Ribatejo – Construção de «Fonte em Á-dos Melros», Memória Justificativa, 1939.
11 A H CMVFX, Secção de Obras Municipais Estudos e Projectos, Alverca do Ribatejo – Construção de «Fonte em Á-dos Melros», Parecer.
12 BMVFX, Vida Ribatejana, 4 janeiro 1942.
13 A H CMVFX, Caixa MA 002, Secção de Obras Municipais Estudos e Projectos, Alverca do Ribatejo – Construção de «Fonte em Á-dos Melros», Junta Autónoma de Estradas, 29 de dezembro de 1941.